O segundo colocado e "medalha de prata" na minha ilustre lista. Curiosamente, o único jogo da lista em que o Benfica não venceu. Era a segunda mão dos Quartos-de-Final da, agora extinta, TaÇa dos Vencedores das TaÇas da época 1993/1994. Era o dia 16 de MarÇo de 1994, e o Benfica deslocou-se até à Alemanha para defrontar o Bayer Leverkusen. Depois de um empate a uma bola no Estádio da Luz na primeira mão, as perspectivas de apuramento para as Meias-Finais da prova não eram as melhores, ainda mais "agravadas" pelo facto histórico de o Benfica não se dar nada bem em terras germânicas, onde nunca tinha vencido anteriormente (aliás como sabem, o Benfica venceu pela primeira vez na Alemanha, na temporada passada em Estugarda)! Veio-se a comprovar que de facto, o Benfica ia continuar sem vencer naquele país, mas por outro lado nem foi preciso fazê-lo para garantir a qualificaÇão!
O encontro foi absolutamente sensacional, sem dúvida o mais emocionante que vivi na carreira europeia do Glorioso nos meus anos de Benfiquismo! O Benfica chegou a estar a perder por 2-0, recuperou para um favorável 3-2 e, em dois minutos (e a nove do fim!), ficou a perder por 4-3, mas ainda conseguiu novo empate a 4-4, que lhe valeu a passagem às Meias-Finais por maior número de golos fora. Sobretudo o segundo tempo foi dramático! Ao intervalo, os alemães venciam por 1-0, com golo do mítico avanÇado do Bayer, Kirsten. Aos 58 minutos, aumentaram a vantagem para 2-0, por Bernd Schuster. Dirse-ia que tudo estava perdido. Mas, dois minutos depois, o Benfica empata através de Abel Xavier e João Vieira Pinto. E aos 78 minutos, o russo Kulkov voltava a facturar e colocava a nossa equipa na frente! O Benfica tinha a eliminatória na mão, já que, agora o Bayer necessitava de dois golos para voltar à dianteira. A verdade é que, incrivelmente e muito por culpa de erros da nossa defesa, foi isso que os da casa conseguiram, sem que nada o fizesse prever (aliás neste jogo tudo o que fosse teoria era para deitar ao lixo...)! Novamente tudo parecia andar para trás, mas os Encarnados orientados por Toni não se entregaram e, muito apoiados pelos imensos emigrantes presentes no Estádio Haberland, conseguiram novo e desta vez decisivo golo por Kulkov, a cinco minutos dos noventa. Depois, foi aguentar até ao final, aproveitando ainda duas substituiÇões que poderiam ser feitas: Hernâni e Rui Águas entraram para os lugares de Rui Costa e Yuran. E quando o apito final soou, a festa foi grande! O Benfica voltava a uma Meia-Final europeia, quatro anos depois da última! Mais um jogo memorável que vai ficar sempre guardado na minha memória!
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