E agora, finalmente, o mais esperado de todos! O primeiro colocado e "medalha de ouro" na minha ilustre lista. O "patriarca" de todos os jogos que eu alguma vez vi! Verdadeiramente, o "Clássico dos Clássicos"! Era a 30ª jornada do Campeonato Nacional da 1ªDivisão da época 1993/1994. Quem não se lembra do mítico e chuvoso Sábado de 14 de Maio de 1994? Quem não se lembra de todos os acontecimentos que antecederam e, muito, o jogo da década de 90? O famoso "Verão Quente" de 93, onde aquela espécie de clube, presidido pelo infame Sousa Cintra, tentou literalmente de tudo para acabar connosco, aproveitando-se das nossas dificuldades financeiras da altura? E quem não se lembra do empate comprometedor, na velha Luz, com o Estrela da Amadora, na jornada anterior? Basicamente, e mesmo sendo um Derby, tudo apontava para uma vitória da Lagartagem e até por goleada! Porra, um tio meu sportinguista até fazia recordar os 7-1 montes de vezes...enfim estava tudo preparado para o "enterro do Benfica"!
Muito sinceramente nem sei o que dizer para descrever tal jogo...já escrevi e apaguei montes de vezes o que escrevi! Bem vamos lá tentar ser o mais correcto e fiel possível!...O início foi muito tremido para as nossas hostes. O Sporting entrava a "todo o gás" naturalmente, aproveitando o apoio dos seus adeptos totalmente crédulos no regresso ao título depois de vencer este jogo e também moralizadíssimos pela senda vitoriosa em que vinha a sua equipa. O Benfica tentava lutar o melhor que podia, mas logo aos 8 minutos, num canto, Cadete inaugurou o marcador para os da casa. Tudo parecia ir a caminho do descalabro, até porque nos minutos seguintes, o Benfica não parecia demonstrar forÇa para inverter a situaÇão. E quando nada o fazia prever, à passagem da meia-hora, o génio de João Vieira Pinto comeÇava a soltar-se! Um remate fenomenal de mais de 20 metros, empatava o marcador e fazia renascer a esperanÇa encarnada em Alvalade. O jogo parecia equilibrar finalmente, com o Sporting a comeÇar a perceber que afinal não ia ser tão "fácil" como imaginavam arrogantemente! Curiosamente, cinco minutos depois, na marcaÇão de um livre do búlgaro Balakov, Figo em cima da linha de baliza e perante a impotência de Neno, voltava a colocar o Sporting na frente. O estádio voltava a festejar loucamente, como se tivessem ganho já o jogo e o campeonato! Ora nada mais ridículo, como João Pinto iria demonstrar apenas dois minutos depois. Num lance absolutamente maravilhoso, digno de um dos melhores jogadores do mundo, o número 8 passou por todos os defensores verde e brancos, "partiu completamente os rins" a Vujacic (acho que esta expressão vai ficar na história!) e atirou cruzado para o 2-2! Estava outra vez empatado o marcador e o espectáculo estava ao rubro e ainda mal a comeÇar! Mesmo à beira do intervalo, o Benfica já perfeitamente dentro do ritmo de jogo, conseguiu virar o resultado num belo lance de bola parada, com João Pinto a fazer o "hat-trick"! Uma primeira parte do outro mundo do pequeno génio!
Para a segunda parte, depois do génio de João Pinto, outro iria soltar-se, mas de maneira completamente inversa! Falo claro do "génio de Carlos Queiroz"! Quem vai esquecer aquela soberba substituiÇão ao intervalo, em que colocou o traidor do Pacheco em vez do lateral-esquerdo Paulo Torres, destruindo completamente a defesa do Sporting, abrindo uma autêntica auto-estrada por aquele lado? Na minha opinião, o Queiroz foi "porta-voz de um desejo divino", pois ao fazer aquela "magia", deu hipótese à total humilhaÇão de um traidor, de um vendido chamado Paulo Sousa, que teve de ser completamente massacrado durante 45 minutos, vendo em primeira fila, a goleada do Benfica a aumentar compulsivasmente! 4-2 e 5-2 pelo grande Isaías! 6-2 por Hélder! Podiam ter sido 7, 8, 9! Enfim, o Benfica tinha o seu rival completamente vergado no seu próprio terreno! Numa grande penalidade, Balakov ainda reduziu para 3-6, mas tudo estava já decidido! O Benfica vencia categoricamente em casa do seu grande rival e adversário na luta pelo título, e praticamente selava a conquista do 30º título da sua história! Infelizmente, como viríamos a vivenciar, seria o último antes do maior jejum da vida do nosso Glorioso!
Sem a mínima dúvida, o jogo mais memorável da minha vida e que obviamente vai ficar sempre guardado na minha memória! Espero que tenham gostado desta rubrica muito especial para mim! SaudaÇões Benfiquistas!
O segundo colocado e "medalha de prata" na minha ilustre lista. Curiosamente, o único jogo da lista em que o Benfica não venceu. Era a segunda mão dos Quartos-de-Final da, agora extinta, TaÇa dos Vencedores das TaÇas da época 1993/1994. Era o dia 16 de MarÇo de 1994, e o Benfica deslocou-se até à Alemanha para defrontar o Bayer Leverkusen. Depois de um empate a uma bola no Estádio da Luz na primeira mão, as perspectivas de apuramento para as Meias-Finais da prova não eram as melhores, ainda mais "agravadas" pelo facto histórico de o Benfica não se dar nada bem em terras germânicas, onde nunca tinha vencido anteriormente (aliás como sabem, o Benfica venceu pela primeira vez na Alemanha, na temporada passada em Estugarda)! Veio-se a comprovar que de facto, o Benfica ia continuar sem vencer naquele país, mas por outro lado nem foi preciso fazê-lo para garantir a qualificaÇão!
O encontro foi absolutamente sensacional, sem dúvida o mais emocionante que vivi na carreira europeia do Glorioso nos meus anos de Benfiquismo! O Benfica chegou a estar a perder por 2-0, recuperou para um favorável 3-2 e, em dois minutos (e a nove do fim!), ficou a perder por 4-3, mas ainda conseguiu novo empate a 4-4, que lhe valeu a passagem às Meias-Finais por maior número de golos fora. Sobretudo o segundo tempo foi dramático! Ao intervalo, os alemães venciam por 1-0, com golo do mítico avanÇado do Bayer, Kirsten. Aos 58 minutos, aumentaram a vantagem para 2-0, por Bernd Schuster. Dirse-ia que tudo estava perdido. Mas, dois minutos depois, o Benfica empata através de Abel Xavier e João Vieira Pinto. E aos 78 minutos, o russo Kulkov voltava a facturar e colocava a nossa equipa na frente! O Benfica tinha a eliminatória na mão, já que, agora o Bayer necessitava de dois golos para voltar à dianteira. A verdade é que, incrivelmente e muito por culpa de erros da nossa defesa, foi isso que os da casa conseguiram, sem que nada o fizesse prever (aliás neste jogo tudo o que fosse teoria era para deitar ao lixo...)! Novamente tudo parecia andar para trás, mas os Encarnados orientados por Toni não se entregaram e, muito apoiados pelos imensos emigrantes presentes no Estádio Haberland, conseguiram novo e desta vez decisivo golo por Kulkov, a cinco minutos dos noventa. Depois, foi aguentar até ao final, aproveitando ainda duas substituiÇões que poderiam ser feitas: Hernâni e Rui Águas entraram para os lugares de Rui Costa e Yuran. E quando o apito final soou, a festa foi grande! O Benfica voltava a uma Meia-Final europeia, quatro anos depois da última! Mais um jogo memorável que vai ficar sempre guardado na minha memória!
O terceiro colocado e "medalha de bronze" na minha ilustre lista. Curiosamente, o único que não assisti em directo, pela simples razão de ter na altura 2 anos de idade. Uns anitos depois vi a gravaÇão da partida, no "velhinho" VHS graÇas ao meu pai, e fiquei completamente maravilhado. Era a segunda mão da 2ªEliminatória da última ediÇão da TaÇa dos Clubes Campeões Europeus (1991/1992), com este nome claro, e a primeira com uma fase de grupos. Basicamente foi a época experimental da nova Liga dos Campeões, que viria a comeÇar oficialmente na época seguinte. Era o dia 6 de Novembro de 1991, no mítico Highbury Park em Londres! O Benfica defrontava o actual e todo-poderoso Campeão Inglês, Arsenal. Depois de um empate a uma bola no Estádio da Luz na primeira mão, as perspectivas de apuramento para a fase de grupos, que na altura substituiu os habituais Quartos-de-Final, não eram as melhores. Nada mais do que pessimismo precipitado! Tudo comeÇou mal, com a equipa inglesa a inaugurar o marcador à passagem dos 20 minutos de jogo, por Colin Pates! Mas o Benfica não se entregou! O GRANDE Isaías, que fez um jogão naquela noite, empatou a partida e a eliminatória aos 35 minutos e o 1-1 manteve-se até ao final do tempo regulamentar, obrigando a prolongamento. E aí, o Benfica superiorizou-se e fez dois golos, por Kulkov aos 11 minutos, e Isaías (sempre ele!) aos 17! O Benfica afundava completamente as esperanÇas dos da casa e tornava-se numa das 8 melhores equipas da Europa naquela temporada! E sobretudo para mim, ainda mais enquanto miúdo pequeno, nasceu um novo herói, um novo ídolo: ISAÍAS! Mais um jogo memorável que vai ficar sempre guardado na minha memória!
O quarto colocado na minha ilustre lista. A segunda mão dos Oitavos-de-Final da Liga dos Campeões na época 2005/2006. Era o dia 8 de MarÇo de 2006, um dia de imensa ansiedade, de imenso nervosismo, o que tudo junto resultou talvez no dia mais emocional da minha vida Benfiquista! Depois de uma vitória muito saborosa, mas muito curta na primeira mão, na Luz por 1-0, a grande maioria da NaÇão Benfiquista estava receosa, não só pela escassa vantagem, mas também pelo facto de irmos jogar num dos estádios mais míticos do futebol mundial, Anfield Road, contra o actual Campeão da Europa. Ainda para mais o nosso historial contra o Liverpool era muito mau, sobretudo em Inglaterra. Nada mais do que estatística! Uma exibiÇão extremamente personalizada do Benfica (como aliás já não se via há pelo menos uma década nos jogos fora-de-casa) e com alguma sorte à mistura, diga-se, superou um Liverpool de Rafa Benítez que se sentiu incapaz de inverter o rumo da partida e da eliminatória, mesmo com o apoio espectacular dos adeptos de Anfield por trás. Após aquele monumento à história do Glorioso, senti tudo aquilo que o meu pai e os meus avós me ensinaram sobre o nosso enorme clube. Um clube lutador e honrado, capaz dos maiores feitos e de superar os maiores obstáculos, por mais inultrapassáveis que pareÇam ser! No fundo, tudo aquilo que a Mística significa! Um jogo memorável que vai ficar sempre guardado na minha memória!
Aproveitando esta longa e penosa pausa nas competiÇões dos clubes para os compromissos das selecÇões nacionais, vou pôr em prática uma rubrica aqui no blog chamada "Os 5 Gloriosos Jogos da Minha Vida", em que, como o próprio nome indica, vou mostrar aos visitantes aqui deste espaÇo quais são os cinco jogos da história do Benfica que mais gostei até agora de ver e de sentir, nestes meus 22 anos de existência e cerca de 17 de Benfiquismo praticante.
Comecemos pelo quinto colocado na minha ilustre lista. O último jogo da nossa Fase de Grupos da Liga dos Campeões na época 2005/2006. Era o dia 7 de Dezembro de 2005, o Estádio da Luz completamente lotado para receber a partida entre dois históricos e gigantes do mundo do futebol. Um Benfica, que voltava à Liga dos Campeões após o título de Campeão Nacional da temporada anterior e que partia para o jogo com uma equipa muito "remendada", com muitas baixas por lesão e a necessitar de um exibiÇão do "outro mundo" para vencer um claramente favorito Manchester United. E foi isso que deu ainda mais brilho e dimensão à nossa primeira e única vitória até aos dias de hoje frente ao United. Uma vitória preciosa que nos deu a qualificaÇão para os Oitavos-de-Final da prova, onde viríamos a encontrar e a derrotar outra equipa inglesa, na altura o actual Campeão Europeu Liverpool. O Manchester United foi afastado não só da Champions, mas também da TaÇa UEFA, pois com esta derrota viria a terminar no último lugar do grupo, que continha ainda os espanhóis do Villarreal e os franceses do Lille. Um jogo memorável que vai ficar sempre guardado na minha memória!
Inauguro hoje a primeira rubrica deste blog, "Benfica em Tópicos", onde serão dadas informaÇões e opiniões sobre os mais variados assuntos relacionados com o Sport Lisboa e Benfica, obviamente e como o próprio nome refere, em tópicos. Espero que apreciem esta forma de escrita mais organizada e mais apelativa à leitura, digo eu!
Aqui vai a primeira ediÇão:
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